Uma passagem estoica reforça que, quando você estiver abraçando alguém, você tem que se lembrar que essa pessoa é mortal. Não costumamos pensar, e a filosofia estoica vive reforçando isso pra nós, mas, ao mesmo tempo, é uma aceitação muito difícil.
Mas ela não nos faz pessimistas ou fatalistas como pode parecer. Quando você abraça uma pessoa pensando que ela é mortal, isso é um excelente motivo pra que você dê a esse momento em que ela está viva diante de você, todo o sentido possível, que haja todo o aprendizado, que haja toda a troca, que haja toda a possibilidade de elevarmos a consciência juntos, de aprendermos um com o outro. Ou seja, você dá um valor de vida, você injeta vida no momento presente, quando sabe da brevidade desse momento presente e o quanto as coisas são transitórias e podem não estar mais.
O próprio estoicismo fala da quantidade de vida que perdemos desatentos, que perdemos inertes, sem tirarmos dela proveito. Saber e lembrar da finitude da vida não é ser fatalista ou ficar pensando na morte e na perda o tempo todo, mas pra valorizar aquilo que temos enquanto temos, saber vivê-lo em profundidade, saber dar profundidade ao momento presente, saber vivê-lo da maneira adequada. É um estímulo para a vida, e não simplesmente um conformismo em relação a perda.